domingo, janeiro 05, 2014

Ano novo, endereço novo

Há algum tempo eu vinha querendo dar uma cara nova para o Pensamento sem Nexo e, mais do que isso, me dedicar mais ao blog. Pois bem, aproveitando o começo de 2014 resolvi que era a hora para isso e a partir de agora o Pensamentos sem Nexo está de casa nova. Mudamos para o www.pensamentossemnexo.com onde voltarei a escrever com mais frequência e onde pretendo postar meus contos, crônicas e disponibilizar os pdfs das minhas fics finalizadas. Espero vocês por lá. ;)

terça-feira, dezembro 31, 2013

Adeus ano velho e postura velha



Final de ano é época de fazer balanços e de imaginar que tudo vai ser diferente no ano que vai começar. Que 2013 leve com ele as lágrimas que não deveriam mais cair, os amores de migalhas, o comodismo e o medo de arriscar. Que no apagar das luzes de 2013 eu possa apagar as lembranças que apenas puxam para trás, os sentimentos de derrota e a sua imagem que não sai da minha mente. 

Que 2014 seja o ano de levantar a cabeça e enfrentar o mundo, enfrentar os medos, enfrentar você. Que traga amores, sonhos, viagens... traga o novo. Que 2014 renove a esperança na felicidade, na força, na alegria. Que seja um ano de se permitir: se permitir sonhar, se permitir arriscar, se permitir realizar, se permitir se encontrar e se perder, porque se perder de vez em quando você ser bom também. Se permitir ser feliz!

Mas acima de tudo, que 2014 traga uma mudança de mentalidade, porque 2014 só será diferente de verdade se eu mudar, se eu fizer por onde ele seja.



domingo, dezembro 01, 2013

Deixa o passado no lugar dele

 
Foto tirada da internet. Autoria desconhecida


Trilha: Maria Mena - Bye Bye

Menina deixa o passado no lugar dele. Enquanto você fica presa ao que passou a vida passa. Sacode a poeira, coloca aquele vestido poderoso, um sorriso no rosto e segue em frente. Passar o dia no twitter, no face ou em qualquer outra rede social seguindo o rapaz como quem segue a final do campeonato ou o último capítulo da novela não vai trazer ele de volta, nem nada de bom. Por isso, ergue a cabeça, passa aquele batom vermelho e sai por aí.

Enquanto você passa o dia revivendo o passado o presente está acontecendo bem diante dos seus olhos, implorando por um pouquinho dessa atenção que você teima em dispensar ao que já passou, ao que não volta mais. Por isso, solta este cabelo, suba no salto e, acima de tudo, mantenha os olhos bem abertos porque a vida está passando bem à sua frente. 

Antes de fuçar uma vez mais nas redes sociais do moço pare e pense, ele vale realmente tudo isso? Ele vale que você deixe a sua vida passar para ficar acompanhando a dele? Você não acha que se ele valesse, ele estaria aí, ao seu lado? Então, deixe a dor de lado e vista sua melhor expressão "I'm cool" e saia por aí. Enquanto você chora pelo o que passou sua vida passa e ele vive a dele. Enquanto você assiste a vida do outro você não tem olhos para ver aquele carinha da faculdade que não tirou os olhos de você durante toda a apresentação do trabalho, ou aquele rapaz que tinha tudo para virar seu presente e seu futuro se você tivesse aberto seus olhos e seu coração apenas um pouquinho para o que está acontecendo ao seu redor. 

Menina, deixa o passado no lugar dele porque a gente só pode ser feliz aqui e agora e enquanto você revive o passado acompanhando o presente de outra pessoa, a sua chance de ser feliz passa e ninguém merece que você abra mão da sua felicidade. A vida foi feita para sermos felizes. Por isso, menina, deixa o passado no lugar dele e volta a viver. Volta a encher o mundo com as suas ideias, seus sorrisos, suas atitudes. Volta a viver a vida que realmente importa e não a dos outros. 

Deixa o passado no lugar dele, menina, porque pode até não parecer agora, mas o presente é muito melhor!

sexta-feira, setembro 20, 2013

Quando você se vê descrita no post do outro

Não é segredo para ninguém que eu sou fã incondicional do Entre Todas as Coisas e hoje, ao ver que havia texto novo corri para lá logo nas primeiras páginas do texto estanquei ao me deparar praticamente com a minha descrição em cada linha. Por isso resolvi compartilhar o texto por aqui. 

As lembranças que tenho dela

As lembranças que tenho dela
[Você pode ler este texto ao som de  Keaton Henson - You don't know how lucky you are]

Você sabe que não deve fazer cócegas nelas porque a machucam? Sabe a diferença dos seus sorrisos sarcásticos e felizes? Sabe que não deve opinar sobre sua família, nem falar mal dos seus antigos namorados? Só de mim, eu sei. Creio que você não tem ideia do que é dormir com ela. Dormir, não foder. Foder, também. Mas dormir. Dormir e acordar ao lado dela. A vida dela é torta. Não se esqueça disso. Ela sempre acorda com sono, mas, quase duas da madrugada, fica se remexendo na cama caçando o tal sono que perdeu pela manhã.

Pra ela, tudo tem nome de “coisa”. O controle remoto é uma “coisa”. A bolsa é uma “coisa”. O talher é uma “coisa”. Até o cachorro é uma “coisa”. Certa vez, ela disse mô-tô-sentindo-uma-coisa-estranha. Pra mim, era um mau pressentimento. Ou fome. Ou cólica. Sei lá. Era amor. Amor-coisado, ela disse.

Ela é toda sinais. Corta o cabelo quando quer mudar de vida. Mais de cinco centímetros é porque ela quer revolucionar o mundo. Cuidado nesses momentos. As cores das unhas e das lingeries determinam sua libido. Quando põe batom, pensa em beijar. Brilhos nos lábios, também. Saiba disso, cara.

Mas ela, também, sabe fingir. Vai fingir não se importar, ser forte, ser sabida ou esperta. Vai fingir até que não precisa de você, mesmo quando ela estiver com trinta e nova de febre e batendo recordes de espirros por segundo. Não ligue. É porque ela não quer que você a encontre com o nariz todo vermelho, tossindo feio e com a garganta inflamada. Mesmo sem ela deixar, vá visita-la e cuide dela. Por mim e por você.

Ela fuma quando fica brava ou quando bebe. Bebe quando quer, sem ocasiões especiais. Certo dia, acordou num domingo bebendo vodca no café da manhã. Mas ela sabe aproveitar um belo achocolatado, também. Vai parecer durona, vez em quando. Mas é menininha, vai por mim. Faça carinho na bochecha. Ela não irá resistir.

Ela não se importará em dividir a conta. Caso você proponha pagar tudo, ela não deixará, mas mesmo assim ficará feliz com a tua atitude. E com um tempo, ela irá pagar a conta, também. Muito provavelmente, em alguma quarta-feira qualquer, irá te ligar no meio do expediente só para te passar uma notícia boa e vai dizer quer deseja comemorar no restaurante predileto dela: o japonês na esquina de sua casa. Vai se impressionar com um tanto que ela consegue comer por segundo. Ela gosta de molho teriaki e de sashimi. E não sei se já aprendeu a comer com hashi. Acho que não. Ofereça ajuda.

Ela é tão homem quanto todos os homens. Gosta de coxas, bunda, barriga e virilhas. Quando vai à praia, costuma reparar no volume das sungas alheias e comentar com amigas. Mas ela se apaixona mesmo é por bocas. Lábios, sorrisos, mordiscadas e palavras.

Quase sempre, apaixona-se por homens de humanas. Adora ouvir sobre psicologia, política, literatura e cultura pop. Mas não fale feito um tolo. Saiba ouvir, também. Caso você ainda não esteja apaixonado por ela, vai ficar encantado quando ela começar a falar suas poesias, Rimbaud, Manoel de Barros e sobre sua vontade de se entender. Ela vive num eterno questionamento sobre si. Faz besteiras e logo se arrepende. Mas acredita que todo erro existe para a aprendizagem. Não a julgue por isso. Nem tente entendê-la.

Por fim, apenas entenda e aprenda que sem ela, você será como eu: um prisioneiro eterno das lembranças.

Créditos: Texto de Hugo Rodrigues
Publicado em http://entretodasascoisas.com.br/ em 19 de setembro de 2013

quarta-feira, novembro 16, 2011

Respeito

Acho que o título deste post já diz tudo não é?! Na minha opinião, Respeito é algo imprescindível para vivermos bem em sociedade e, talvez, seja exatamente o que mais nos falta hoje em dia. Todos só pensam em si mesmos, nos seus próprios problemas, dilemas, desejos e se esquecem que não são os únicos no mundo a terem problemas, dilemas ou a desejarem algo.

Estou cansada de ver pessoas que só querem para si, mas quando é o outro que precisa de um ombro amigo, cadê? Ou então daquela pessoa que não entende o caminho escolhido pelo outro e, ao invés de procurar se inteirar mais, já decide que não gosta ou então passa a menosprezar o outro por simples ignorância.

Na tradução passamos por isso o tempo todo. Pessoas que não entendem o nosso trabalho e acham que porque não batemos ponto em algum lugar das 9h às 18h ou não temos um chefe fixo, ou trabalhamos em casa, isso não é trabalho ou então, que o nosso trabalho é muito mais fácil que o seu. Que tal procurar conhecer antes? Lidamos com prazos irreais, com clientes que acham que basta colocar o texto no google tradutor ou traduzir cada palavra e pronto, com agências que, muitas vezes, não respeitam os tradutores... Gostaria de poder trocar de lugar um dia com essas pessoas que acham que porque sabem outra língua podem se meter a traduzir e ver se elas continuariam achando que isso não é trabalho.

Fica a dica, não só para isso, mas acho que em qualquer coisa precisamos antes conhecer para depois julgar!

sábado, julho 16, 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 1: dor e esperança lado a lado

Centrado principalmente no seu trio de protagonistas, Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 1 parece, em certos momentos, um filme de guerra e, pensando bem, não deixa mesmo de ser. As cores frias dominam, os personagens poucos motivos tem para sorrir, para todo lugar que se olha há dor, destruição, desolação, pessoas mortas, desaparecidas e a tensão e o cansaço parecem se abater sobre todos. Talvez, nunca tenha sido tão difícil ser o Eleito.

Assim como em A Ordem da Fenix, eu não consegui deixar de fazer um paralelo com sociedades vivendo em regimes fascistas. Pessoas se escondendo ou desaparecidas, políticos afirmando que nada iria mudar e que a ordem seria estabelecida, caos, pessoas ligadas ao rádio esperando, apenas, não ouvir notícias ruins... É, realmente para um desavisado, nem parece que se trata da mesma série sobre aquele menino risonho e tão encantado com tudo de Harry Potter e a Pedra Filosofal.

É o filme mais adulto de todos, onde a dor e a destruição estão realmente mais escancaradas, ali diante dos nossos olhos; cada vez mais, pessoas queridas estão morrendo (quarta vez que vejo o filme e quarta vez que choro no mesmo trecho), o medo domina e é interessante ver que não apenas aqueles que estão "contra o regime", mas até mesmo os aliados (vide os Malfoy em alguns momentos). Os cortes rápidos, contrastando com os longos silêncios em que a câmera simplesmente parece contemplar o sofrimento de seus personagens imprimem força a esses sentimentos e a forma como o filme acaba apenas aumenta ainda mais a expectativa para o que virá na parte 2!

Harry Potter e o Enigma do Principe: E agora?

Revendo o Enigma do Príncipe nessa maratona pré Relíquias da Morte parte 2, uma coisa me chamou a atenção, a forma como este talvez seja o filme que mais retrata os sentimentos dos personagens, suas ambiguidades e destinos... temos Harry e Hermione sofrendo de amor, Draco dividido entre fazer aquilo que esperam dele e o que ele realmente sente ser o certo e até mesmo Snape dividido, já que em um determinado momento ele diz para Dumbledore "você já parou pra pensar que às vezes pode exigir muito das pessoas?" ou algo assim. Isso, sem falar no próprio Dumbledore que parece se ressentir um pouco por exigir demais de Harry.

Já não é surpresa para ninguém que Voldmort está de volta, que ele está reunindo seguidores e causando caos, destruição, dor. Dessa forma, vemos como Hogwarts e seus membros se preparam para o que está por vir.

É brilhante a forma como foi feito e desolador ver o Beco Diagonal sem vida, todo cinza, as lojas fechadas, exceto pela loja dos gêmeos Weasley, quase um oásis de cores e alegria em meio a esse caos. As cores, a trilha sonora, tudo nos leva a mergulhar cada vez mais na desolação, na angústia, na tristeza que assola aquele universo e que terá seu clímax no último ato num momento realmente de tirar o fôlego e que nos deixa na expectativa do que virá.

É ímpossível não lembrar da minha reação ao assistir esse filme pela primeira vez. Quer dizer, havia lido o livro e quando o filme saiu fui ao cinema e simplesmente não podia acreditar, não era possível. Algo tinha que estar errado. E bem, tudo se explica no último livro e ao ver o filme novamente, já sabendo o porque de todos os acontecimentos, consigo me dar conta de certas nuances de alguns personagens que, por estarmos tão sugestionados, acabamos não percebendo. Mérito dos atores na preparação de seus personagens, de Rowlings por tê-los criado com todas as suas ambiguidades e claro, de Yates que mais uma vez fez um belíssimo trabalho de direção, transportando o clima sombrio e tenso do livro para as telas.

quinta-feira, julho 14, 2011

Harry Potter e a Ordem da Fênix: o mundo está cada vez mais difícil

Não tem mais volta, não há mais espaço para as cores fortes e a alegria que tomava conta de Harry, Rony e Hermione lá no início da série. A cada filme vamos vendo o clima ficar mais pesado, as cores mais sombrias, o cinza parece ter se abatido sobre Hogwarts. Um contraste interessante com o rosa vestido por Dolores Umbridge que, aliada ao ministério, insiste em dizer que aquele que não deve ser nomeado não voltou e que o mundo dos bruxos nunca esteve melhor.

Falando no ministério, uma coisa que me chamou muito a atenção enquanto revia o filme foi a forma como Yates mostrou o ministério bruxo manipulando a população através do uso da mídia. O ministro usa claramente o Profeta Diário para difamar Potter e Dumbledore, uma prática que infelizmente, estamos acostumados a ver no nosso dia a dia.

A Ordem da Fênix não é um dos meus filmes preferidos (talvez até pela morte do Sirius), mas gosto muito da forma como Yates conduz a narrativa, num ritmo acelerado, priorizando mais os cortes rápidos, dando ainda mais força ao clima de angústia e desespero de algo que claramente está por acontecer. É também, o filme, assim como o livro, mais político de todos, não dá para não fazer ligações com a nossa sociedade, principalmente nos momentos de governos fascistas no poder. Yates assume aqui, que não está mais lidando com crianças, mas sim com espectadores que são capazes de ler nas entrelinhas e de se reconhecerem em um Harry cada vez mais instável emocionalmente e com os hormônios a mil.

Isso, sem falar nos flashbacks. A passagem em que Harry entra na mente de Snape e vê seu pai "zoando" com o atual professor é muito bem feita e nos faz entender um pouco o porque, talvez, do professor ter tanta birra assim de Harry. Uma coisa que me chamou atenção ao assistir o filme dessa vez é que Snape sempre que vai fazer comparações, compara Harry apenas ao seu pai. Ele nunca fala de Lilian. Eu não tinha percebido isso antes e, vamos entender isso mais claramente no final da série. 

Por enquanto fica a certeza de que crescer é tão difícil no mundo dos bruxos quanto em qualquer outro! E que, como bem disse Sirius, o mundo não é dividido entre pessoas boas e comensais da morte. Todos temos coisas boas e coisas más dentro de nós.